domingo, 26 de abril de 2009

A palavra não diz tudo.


Certa vez, lendo uma entrevista com a atriz Maitê Proença, me deparei com uma realidade muito comum nos dias de hoje.
Sem dúvida vivemos num mundo muito fragmentado, onde o próprio conhecimento se torna cada vez mais específico e delimitado.
Com as pessoas não é diferente. Cada vez com mais intensidade somos reduzidos a conceitos, preferências, aparência.
Quero me deter em um conceito.
Gay. (latim tardio gaiu, pelo francês gui, ao inglês gay = "alegre, jovial").
É possível reduzir o homem a um conceito tão primário?
Sou um homem cheio de histórias. Um emaranhado de sentimentos que entrelaçados ao cotidiano vivido duramente me tornam único.
Sou capaz de amar, de odiar.
Um dia estou muito feliz e quero que o mundo saiba, no outro prefiro a solidão do meu quarto e minha própria companhia.
Sou capaz de aprender coisas novas, interagir com outras pessoas, estabelcer relações.
A eterna guerra dos contrários é minha vida colocada em prática.
Não sou algo estático. Sou ser em continua construção existencial, me crio e me transformo a cada minuto. Absorvo tudo que vivo. Vivo o que absorvo.
Somos todos assim. Somos todos "iguais". Mutáveis. Homens em processo de vir a ser.
Somos todos bem mais que palavras carregados de préconceitos e que nos reduzem a um único aspecto.
Como disse sabiamente Maitê Proença, "quero crer que gay, bi, tri ou hétero, sejamos todos bem mais do que o que faço com o meu pinto ou a ausência dele.".

2 comentários:

  1. Oi Amigo....
    Muito bom o texto de hoje. Sempre que posso leio algo da Maitê e claro sob a sua re-leitura, fica melhor ainda. Um abraço forte!

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  2. ÚHUUU, adorei o texto, e a propósito: muito legal essa iniciativa de escrever um blog! O fato de querer se expressar e muuuito legal, mas querer se expressar com bons textos iguais ao seu é muito melhor, hehehe.

    Um abraço.

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